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Cannabis em microdoses e Alzheimer: o ensaio clínico da UNILA que viu melhora de memória

- Zombie_X | - Ganzá.app

Escrito por:

Rodrigo_ZombieX

07/11/2025

Nos últimos meses, um ensaio clínico brasileiro ganhou destaque porque tocou num ponto sensível para famílias e cuidadores: memória e sintomas comportamentais na Doença de Alzheimer (DA). A pesquisa, conduzida pela UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), testou um extrato de cannabis em microdoses e reportou melhora de memória e de sintomas neuropsiquiátricos em comparação ao placebo. Unila


O que exatamente foi estudado


  • Desenho: ensaio randomizado, duplo-cego, controlado por placebo.
  • Amostra: 28 pacientes com DA leve a moderada, 60–80 anos, acompanhados por 26 semanas.
  • Intervenção: extrato de cannabis em baixa dose (microdoses de THC+CBD) versus placebo.
  • Desfechos: cognição (memória/aprendizado), sintomas comportamentais (neuropsiquiátricos) e segurança/tolerabilidade. Unila+2Ensaios Clínicos+2


A divulgação institucional da UNILA informa que o estudo observou melhora de memória e redução de sintomas nos pacientes que receberam cannabis em comparação ao placebo, com boa segurança dentro do regime de microdose ao longo de seis meses. Unila


Por que “microdose”?

O protocolo usou doses muito baixas de canabinoides (THC e CBD) — estratégia pensada para maximizar efeitos terapêuticos com mínima sedação e baixo risco de eventos adversos em idosos com DA. Essa abordagem já vinha sendo explorada pelo mesmo grupo em outras condições neurológicas e foi sistematizada no doutorado/dissertação ligado ao projeto. dspace.unila.edu.br+1


Onde foi publicado / registrado


  • Artigo científico (indexado): A randomized clinical trial of low-dose cannabis extract in Alzheimer’s disease (registro PubMed). PubMed
  • Versão “ahead of print”/press na SAGE (título idêntico). SAGE Journals
  • Registro de ensaio: ReBEC/ICTRP (WHO) — microdoses de extrato rico em THC para Doença de Alzheimer. Ensaios Clínicos
  • Notas oficiais da UNILA: páginas institucionais e redes da universidade com resumo do desenho e dos resultados. Unila+2Facebook+2


Como isso conversa com a literatura atual


A hipótese não surgiu do zero. Estudos pré-clínicos e revisões clínicas vêm sugerindo que THC, CBD e análogos podem:


  • modular neuroinflamação e estresse oxidativo;
  • atuar no sistema endocanabinoide (CB1/CB2), que participa de aprendizado e memória;
  • reduzir agitação/agressividade em demências, com perfil de segurança potencialmente melhor que antipsicóticos em alguns cenários. Revista Pesquisa+2dspace.unila.edu.br+2

Reportagens técnicas e veículos de ciência independente contextualizaram o estudo da UNILA para público leigo, sem extrapolar além do que os dados permitem. Cannabis e Saúde



Limites (importante ler!)


  • N amostral pequeno (n=28) e duração de 26 semanas: bom para prova de conceito, insuficiente para conclusões definitivas ou para guias clínicos.
  • Microdose específica e extrato padronizado: não equivale a “qualquer óleo” ou “qualquer variedade”; dose e proporção importam.
  • População restrita (DA leve a moderada): resultados não se estendem automaticamente a outras demências ou estágios.
  • Replicação necessária: a ciência avança quando outros grupos replicam os achados com amostras maiores e multicêntricas. PubMed


O que isso significa para pacientes, cuidadores e jardineiros


  • Conversa com o médico: quem já usa cannabis medicinal para sintomas comportamentais pode discutir com o prescritor estratégias de baixa dose e monitoramento de desfechos (memória, AIVDs/AVDs, inventários de neuropsiquiatria).
  • Segurança em idosos: iniciar baixo e ir devagar continua sendo regra de ouro (interações com sedativos, anticolinérgicos, anticoagulantes etc.).
  • Pesquisa clínica no Brasil: o estudo mostra que dá para fazer ensaios bem desenhados aqui, com controle de qualidade, placebo e avaliação cognitiva robusta — e a comunidade pode pressionar por mais financiamento e por acesso ético aos produtos experimentais em protocolos. Unila


Resumo em 5 linhas


  1. UNILA conduziu ensaio randomizado, duplo-cego, placebo com microdoses de cannabis por 26 semanas em 28 idosos com DA.
  2. Houve melhora de memória e redução de sintomas comportamentais versus placebo, com boa tolerabilidade.
  3. Microdose ≠ qualquer óleo: é extrato padronizado e dose ultra-baixa.
  4. Promissor, mas precisa replicar em amostras maiores e multicêntricas.
  5. É ciência feita no Brasil, abrindo caminho para protocolos de acesso mais racionais. Unila+2Ensaios Clínicos+2

Referências (leitura técnica e cobertura)


  • UNILA – notícia oficial com desenho, amostra, duração e desfechos; publicado após aceite em periódico internacional. Unila
  • PubMedA randomized clinical trial of low-dose cannabis extract in Alzheimer’s disease. PubMed
  • SAGE Journals (press/online first) – título e resumo do ensaio clínico. SAGE Journals
  • ReBEC/WHO ICTRP – registro do ensaio com descrição de microdoses de extrato rico em THC. Ensaios Clínicos
  • Dissertação (UNILA)Efeito de microdoses de canabinoides… (base metodológica do projeto). dspace.unila.edu.br
  • Revisões/estudos correlatos no Brasil – potenciais de THC/CBD em DA e segurança comparada. Revista Pesquisa+1
  • Cobertura para público leigo (ciência) – matéria técnica explicando o estudo. Cannabis e Saúde


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