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EUA e a Cannabis na nova era TRUMP: o que esperar?

A recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos trouxe à tona discussões sobre o futuro da indústria da cannabis no país.

Escrito por:

ticoganzá

20/01/2025

Palavras-chave desse texto:

Legislação Ativismo

A recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos trouxe à tona discussões sobre o futuro da indústria da cannabis no país. Durante sua campanha, Trump expressou apoio à reclassificação da cannabis do Anexo I para o Anexo III da Lei de Substâncias Controladas, o que reconheceria seu valor medicinal e reduziria a carga tributária sobre os negócios do setor. Além disso, ele manifestou suporte ao acesso bancário para empresas de cannabis e à legalização do uso recreativo na Flórida, embora esta última tenha sido rejeitada pelos eleitores. (Forbes Brasil)


A possível reclassificação da cannabis é vista como um marco significativo, pois permitiria avanços na pesquisa científica e reduziria barreiras burocráticas que atualmente limitam o desenvolvimento do mercado. A mudança no status da substância poderia abrir caminho para um maior reconhecimento de seus benefícios terapêuticos, alinhando o debate nos Estados Unidos ao que já ocorre em diversas outras nações que lideram esse setor.


No entanto, o histórico de Trump em relação à cannabis é marcado por contradições. Em seu primeiro mandato, houve ameaças de maior rigor na aplicação das leis federais contra o uso recreativo da substância, gerando incertezas no mercado. Apesar disso, a indústria continuou a crescer, com 38 estados permitindo algum tipo de venda legal de maconha, resultando em um mercado estimado em US$ 30 bilhões anuais, segundo dados da Forbes. Isso mostra que, mesmo diante de políticas ambíguas, o setor possui resiliência e atratividade para investidores.


Existe uma expectativa de que, em um segundo mandato, Trump possa avançar em reformas que beneficiem o setor, como a reclassificação da cannabis e a facilitação do acesso bancário. Entretanto, especialistas alertam que a reforma da cannabis pode não ser uma prioridade imediata, considerando outras questões urgentes na agenda governamental. Além disso, a recente falha na aprovação da legalização na Flórida indica que o caminho para a reforma ainda enfrenta desafios significativos. Há também a necessidade de maior coordenação entre estados e governo federal, um fator que historicamente tem sido uma barreira para o crescimento uniforme da indústria.


No Brasil, o impacto de uma possível guinada na política de cannabis nos EUA não seria apenas simbólico, mas também estratégico. O mercado brasileiro tem se desenvolvido de maneira lenta, principalmente devido à falta de regulamentação abrangente e ao estigma ainda presente em torno do uso medicinal e recreativo da cannabis. Uma postura mais liberal dos Estados Unidos poderia funcionar como um catalisador para debates e avanços legislativos por aqui. Atualmente, produtos à base de cannabis são importados a altos custos para pacientes brasileiros, enquanto a produção local enfrenta entraves burocráticos.

Se os EUA avançarem em medidas que reduzam barreiras comerciais e promovam a industrialização da cannabis, é provável que isso estimule novas discussões sobre a regulamentação no Brasil, especialmente no campo medicinal. Empresas nacionais poderiam se beneficiar da maior aceitação global do mercado de cannabis, abrindo espaço para parcerias, transferência de tecnologia e até investimentos diretos de players americanos no Brasil. Isso também poderia pressionar o governo brasileiro a rever sua posição, considerando o potencial econômico e medicinal que esse mercado oferece.


Em resumo, embora haja sinais de que a administração Trump possa implementar mudanças favoráveis à indústria da cannabis, o histórico contraditório e as prioridades políticas sugerem que os investidores devem manter cautela. Assim como nos Estados Unidos, o futuro do setor no Brasil dependerá de ações concretas do governo e de um ambiente regulatório mais claro e estável. Entretanto, uma movimentação positiva nos EUA pode ser o empurrão que o Brasil precisa para finalmente abraçar o potencial da cannabis, tanto do ponto de vista econômico quanto social.

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