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História da Maconha.

História da Cannabis no Brasil e no Mundo.

Escrito por:

Pedro Henrique Cavalcante

30/01/2024

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A maconha é uma planta cultivada há milênios, e que se espalhou por todo mundo. Seu potencial medicinal foi reconhecido muito cedo, assim como sua utilidade para fabricação de remédios, cordas, papel e tecido.

Por muitos séculos, quase toda a roupa, velas e cordas dos navios e marinheiros eram feitos de cânhamo (planta pertencente à espécie Cannabis sativa), inclusive os dos portugueses que colonizaram o Brasil. Apesar disso, por volta dos anos 20 a 40, a maconha passa a ser demonizada, mas não por uma questão científica, e sim por questões raciais, políticas e econômicas.

isso só toma um outro rumo após os anos 60, quando os professores Raphael Mechoulam (Bulgária) e Elisaldo Carlini (Brasil) fazem descobertas científicas sobre substâncias da planta, a partir disso, publicações de artigos e estudos com as palavras-chaves Cannabinoids/Marijuana passam a crescer e aparecer muito mais.

Cannabis na História

É claro que toda a história da Cannabis, no Brasil e no Mundo, é muito maior e mais profunda do que trazemos por aqui, mas durante todo esse tempo, rolou alguns acontecimentos importantíssimos que nos explicam um pouco sobre a planta e a nossa relação com ela!

A Cannabis é uma planta conhecida por ser domesticada pela humanidade há muitos anos (~10.00 A.C), e tanto o seu potencial fitoterápico quanto de matéria prima para produção de diversos produtos, são coisas que chamam atenção em uma planta tão específica e única.

Os registros mais antigos sobre o uso de maconha para fins medicinais são atribuídos a farmacopeia chinesa, mais especificamente no livro Pen Tsao (império de Shen-Nung), que indicava o uso do chá feito a partir da maconha, para tratamento de: Gota, reumatismo, malária e memória fraca.

Não demorou para que essa cultura se espalhasse pela Ásia, costa oriental da África e Oriente Médio. E sendo descobertos cada vez mais maneiras de utilizar a planta, como rituais religiosos, alívio de estresse e dores.

Esse uso se estabeleceu no Oriente Médio por séculos, sendo eficaz para tratamentos de crises epiléticas ainda antes de 1500 (Em Bagdá, com Al-Bradi).

Com o passar dos anos, a relação do homem com a Cannabis se tornou cada vez mais íntima, e ela se mostrou versátil para auxiliar a humanidade em diferentes aspectos, podendo servir desde matéria prima para tecidos, fibras e alimento, até como propriedades narcóticas e terapêuticas


Cannabis no Brasil

Folha de Cannabis em frente a bandeira do Brasil


A maconha chega ao Brasil através de negros e negras, escravos e escravas africanas, através de sementes escondidas nas roupas, tangas, cabelo das mulheres, bonecas de pano e etc… E passa a ser cultivada inicialmente na Bahia, antes de se espalhar pelo Amazonas e depois por todo o resto do país.

Pode se dizer que a relação da Cannabis e o Brasil começou desde a chegada das caravelas portuguesas e segue firme!

Na década de 30 a cannabis ainda era citada em catálogos de produtos farmacêutico, mas foi também nessa época que a repressão ao uso cresceu significantemente no país.

Muitos são os motivos que levaram a essas intensificações, como por exemplo a conferência de Genebra, que ainda contou com a contribuição do representante brasileiro Dr. Pernambuco associando o uso da maconha tão perigoso quanto ao ópio.

Isso serviu de gatilho para que anos depois (anos 60) a ONU determinasse que as drogas são ruins para os humanos, e que deveriam ser tomadas ações organizadas pelo mundo inteiro para reprimir o uso. Sendo assim, os estudantes, médicos e pacientes foram ligeiramente afastados da cannabis medicinal, e o que passa ganhar força é a indústria bélica e a Guerra as Drogas.


Avanço Científico

Apesar de toda Guerra as Drogas e crescimento do movimento proibicionista por todo o globo, o Prof Dr. Raphael Mechoulam, na mesma década, consegue isolar o CBD (Canabidiol) e o THC (delta 9-tetrahidrocanabinol), substâncias com altíssimo potencial terapêutico.

Posteriormente outras descobertas importantes são feitas em relação ao uso da Cannabis no corpo humano, como por exemplo o Sistema Endocanabinoide.

Avanços como o de Mechoulam e posteriormente estudos e descobertas de outros cientistas e professores (como Elisaldo Carlini – UNIFESP), alavancaram estudos e investigações a cerca de como a Cannabis poderia ajudar no tratamento de inúmeras patologias, já que nosso corpo possuí um sistema magnifico de recepção e produção de canabinoides.

Cannabis: Corpo Humano e Sistema Endocanabinoide

O Sistema Endocanabinoide é composto por receptores (CB1 e CB2), Enzimas e Ligantes endógenos. Esse sistema é responsável por diversas funções no nosso corpo (modulação hormonal, analgesia, apetite, sono, comportamento sexual, funções cognitivas e muitas outras). Esse sistema é capaz tanto de produzir canabinoides, quanto receber e interagir com os fitocanabinoides (canabinoides produzidos pela planta – THC, CBD, CBG…)

Hoje já se sabe a real importância do sistema endocanabinoide para o corpo humano, que se dá por fazer parte do metabolismo de inúmeras funções fisiológicas.

As substâncias da cannabis se ligam aos receptores presentes nas membranas dos neurônios e produz uma série de efeitos dentro da célula, que levam a modificações bioquímicas importantes e que causam efeitos terapêuticos.

Sendo assim, a Cannabis pode ser usada como tratamento de diversas doenças relacionadas ao excesso ou inadequação de sincronização neuronal, morte ou redução da neurogênese, neuroinflamação, redução do estresse oxidativo e a formação de placas amilóides e emaranhados neurofibrilares, além de influenciar em vários outros tratamentos, resultando em uma lista que vem crescendo cada vez mais.

A maconha também pode fazer mal e possui grupos de riscos, como Gestantes e lactantes, jovens e crianças. Por isso o uso medicinal deve ser sempre indicado e acompanhado do seu médico de confiança, e o uso adulto deve ser responsável (e regulamentado, se o governo deixar rs…).

Ao mesmo tempo que pode ser antidepressivo em doses baixas, o uso da cannabis também pode ter um efeito depressivo com alta dosagem, por isso é importante se atentar ao objetivo, contexto e quantidade de substâncias ao fazer o uso. Mas fique tranquilo, os riscos que essa planta oferece são inofensivos se comparada com outras drogas legais e ilegais que circulam o mundo.

Os cannabinoides reunidos tem propriedades terapêuticas muito mais interessantes do que isolados, mas além deles, existem outras substâncias como os terpenos, que também possui muitos efeitos terapêuticos aumentando, diminuindo ou modulando os efeitos dos cannabinoides, ou seja, pode ser muito importante para o funcionamento de 1 canabinoide, que ele esteja relacionado com os outros, e não isolado (o que chamamos de efeito comitiva)


Proibição


A proibição da maconha e dos psicodélicos clássicos representa um comércio ilegal quase livre, sem controle e nem proteção à sociedade. A proibição nunca impediu o uso e comércio, mas sim favoreceu o tráfico, indústrias bélicas e o crescimento da tão falada Guerra as Drogas.

Estas substâncias precisam ser legalizadas e regulamentadas para proteger os grupos de risco, respeitar os usuários e tirar mais proveito do uso medicinal delas, além de reduzir os danos de quem as consome sem ao menos saber da procedência ou qualidade daquele produto.

A proibição é fruto de uma guerra contra culturas, raças e de um jogo econômico e político, e que além de preconceituoso, compromete as 3 dimensões do uso: A substância, o corpo e a sociedade.


Leia também: COMO PLANTAR MACONHA?


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