Prensado: A Realidade do Consumo de Maconha no Brasil
A maconha é a substância ilícita mais usada no Brasil e no mundo. De acordo com dados da Agência Brasil, 7,7% da população brasileira consome a erva. Além disso, um estudo do Datafolha revelou que 1 em cada 5 brasileiros já experimentou a maconha pelo menos uma vez, representando cerca de 20% da população. Segundo o Senado Federal, pelo menos 1,5 milhão de brasileiros consomem maconha diariamente, e, infelizmente, a maioria deles só tem acesso ao famoso "prensado".
Mas o que é o prensado?
O prensado, aquele tablete de maconha que muitas vezes chega nas mãos do consumidor com um cheiro forte de amônia e mofo, é a realidade de grande parte dos usuários no Brasil. Entretanto, nem sempre foi assim. A verdade é que o prensado, antes de passar por todo o processo que degrada sua qualidade, vem de plantas resinadas e cheirosas, com potencial de oferecer uma experiência bem diferente da que muitos estão acostumados.
O problema do prensado começa na colheita, que não é feita com o cuidado necessário para manter a qualidade. Traficantes, interessados em aumentar o volume de produto, misturam partes da planta que não possuem relevância para o efeito desejado, como galhos, caules e folhas, com as flores – a parte que realmente importa.
O processo de secagem e armazenamento, crucial para garantir a qualidade das flores, é ignorado. Isso faz com que insetos, terra e umidade se acumulem, resultando no cheiro de amônia ou urina que muitos consumidores conhecem. Ao contrário de um mito comum, ninguém faz xixi no prensado; esse odor é resultado da má secagem e do armazenamento inadequado. Durante o transporte até o consumidor final, o produto continua a perder qualidade e potência.
Por que largar o prensado?
Um dos principais motivos para deixar de consumir o prensado é a redução de danos. Priorizar a qualidade do que você consome é essencial. Países como o Uruguai, que adotaram a legalização controlada da cannabis, oferecem diferentes formas de acesso ao produto: desde clubes canábicos, onde você pode se associar e pegar sua cota mensal, até farmácias que disponibilizam quantidades regulamentadas de maconha para cadastrados. Além disso, existem associações que fornecem óleo medicinal.
Talvez o maior motivo para abandonar o prensado seja o autocultivo. Cultivar sua própria maconha dá total controle sobre a qualidade do que você consome, evitando as impurezas e problemas que o prensado apresenta. Outro ponto importante que sempre está em debate é a questão do financiamento do tráfico. Muitos dizem que o usuário alimenta o tráfico, mas será que essa demanda não existiria de qualquer forma? O que realmente alimenta o tráfico é uma legislação ultrapassada, que ainda não enxerga o potencial da regulação.
Quem cultiva sua própria planta, além de não precisar mais comprar, tem a certeza de estar consumindo um produto de qualidade, livre de qualquer tipo de contaminação. O autocultivo é, sem dúvida, uma das melhores formas de garantir um consumo mais seguro e saudável.
Conclusão
O prensado, embora seja a realidade para muitos consumidores brasileiros, traz uma série de desvantagens. Desde a perda de qualidade até a falta de controle sobre o que está sendo consumido, ele representa uma face da proibição da cannabis no Brasil. O autocultivo e o consumo consciente são alternativas que oferecem mais segurança, qualidade e autonomia para os usuários, além de afastá-los do financiamento do tráfico.
Largar o prensado não é apenas uma questão de preferência, mas de saúde e responsabilidade.
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